Dados apontam que Santa Rita pode estar 40 anos à frente do Brasil em Saneamento

Com inauguração da ETE Capituva, município vive realidade oposta ao país que,  segundo estudo da CNI, não atingirá a  universalização do setor antes do ano 2060

 

Vista área da ETE Capituva, que será inaugurada em breve, colocando Santa Rita no topo do mapa do saneamento no país (Sun7 Films/Divulgação)

Santa Rita do Passa Quatro está muito perto de atingir um patamar que colocar o município 40 anos à frente que a média de todo Brasil no setor de saneamento básico. Com a eminente inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da bacia do Capituva, a cidade terá 100% do seu esgoto coletado, também tratado. Hoje 45% do esgoto coletada recebe tratamento na ETE do Córrego Marinho. Os outros 55% serão tratados pela nova estação programada para ser inaugurada até maio próximo.

Esta semana a grande imprensa destacou que a realidade brasileira está longe disso. De acordo com reportagem veiculada no jornal o Estado de São Paulo e replicada por grandes portais como o UOL, o país carece de investimentos e em sua cobertura total não deve acontecer antes de 2060.

Segundo a reportagem, o investimento anual de R$ 10 bilhões em ações de saneamento básico, representa menos da metade do previsto para que o país chegue a ter, até 2033, uma rede de cobertura nacional de água e esgoto, conforme prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). E pior. Se mantido o ritmo atual, dificilmente a universalização seria atingida até 2060, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Hoje, praticamente metade da população do Brasil, o equivalente a 100 milhões de pessoas, não tem acesso à coleta de esgoto. Pelo menos 35 milhões de brasileiros vivem sem abastecimento de água encanada nas periferias do país. A cada 100 litros de esgoto lançados diariamente no meio ambiente, 48 litros não são coletados. Cerca de 1,5 bilhão de metros cúbicos de esgoto coletado no pais não é tratado.

A concessão do serviço de água e esgoto, iniciada em junho de 2016, garantiu investimentos que o município não poderia ter feito e o setor só avançou nos últimos anos. A construção da nova ETE, pelo governo do Estado, está praticamente finalizada, o que irá proporcionar uma nova realidade à população.

Ainda de acordo com a reportagem, o futuro está na concessão do serviço, como ocorre aqui no município, como o que foi chamado de “efeitos colaterais benéficos”, pois a estimativa é a de que, para cada R$ 1 investido em saneamento, gera-se retorno de R$ 2,50 ao setor produtivo.

 

SAÚDE

O saneamento básico é um dos pilares fundamentais para viver com mais saúde e dignidade. Infelizmente muitos locais ainda não foram contemplados com pelo um dos serviços que integram a infraestrutura, como água tratada e coleta e tratamento de esgoto. Esses serviços não acessíveis, podem gerar consequências negativas nos setores de educação, geração de empregos, turismo e principalmente à saúde.

Segundo o Instituto Trata Brasil, doenças associadas à falta de saneamento fazem novas vitimas constantemente.  Dados do DATASUS constatou que somente em 2017 tiveram mais de 258 mil internações, causadas pela dengue, febre amarela, leptospirose, diarreia, esquistossomose e malária. O Trata Brasil é um instituto que produz informações, realiza projetos e mobiliza a sociedade em prol do saneamento básico.

 

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO

Nos último anos, Santa Rita vem recebendo muitos investimentos, tando da prefeitura, quanto do setor privado, através da Comasa, para que a população possa ter saneamento básico de maneira total e completa, com água e esgoto para toda sua população, inclusive no Distrito de Santa Cruz da Estrela. “Enquanto as previsões indicam que o país dificilmente atingirá a meta do Plano Nacional de Saneamento Básico em 2060, nossa cidade irá comemorar, em seu aniversário, a conquista de 100% de esgoto tratado”, disse o prefeito, referindo a 22 de maio, data em que o município completa 159 anos de fundação.