ALERTA! Com 60 casos confirmados, dengue avança e epidemia é risco no município

  • Ao todo são 133 notificações, com um óbito já registrado; algumas suspeitas ainda aguardam resultados de exames; preocupação é maior com as chuvas constantes;
  • Prefeitura define medidas que serão tomadas, incluindo aplicação de multa aos proprietários ou moradores de imóveis onde foram localizadas larvas.

 

Reunião da Sala de Situações no gabinete do prefeito nesta quinta-feira, definiu medidas que serão tomadas (AssCom/Divulgação)

As constantes chuvas nos últimos meses e falta de cuidados por parte da população resultaram no aumento de casos de dengue em Santa Rita do Passa Quatro. Até esta quinta-feira (27/2), o Departamento Municipal de Saúde contabilizou 60 casos confirmados da doença, em 133 notificações, dos quais 21 já deram negativo, e os outros suspeitos ainda aguardam o resultado dos exames. Um óbito também já foi registrado no município.

Na manhã também desta quinta-feira, o prefeito Leandro Luciano dos Santos recebeu em reunião representantes do Departamento Municipal de Saúde, com profissionais da Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológicas, além dos departamentos de Meio Ambiente, Obras, Serviços Municipais e Administrativo para uma reunião da chamada Sala de Situações. A preocupação agora é de uma iminente epidemia, como ocorreu em 2015, quando o município registrou 809 casos da doença, com também um óbito registrado.

Imóvel do município com material acumulado que serve de criadouro do Aedes aegypti (AssCom/Divulgação)

Durante a reunião, o responsável pela equipe de Controle de Vetores, Rodrigo Naca, fez uma explanação sobre a situação do município com relação a proliferação da doença e as principais dificuldades encontradas tanto na prevenção, como no combate ao mosquito Aedes aegypti, seu transmissor.

De acordo com o responsável, a maior incidência do mosquito está nas próprias residências, onde são encontrados vasos, baldes, embalagens plásticas, bebedouros de animais domésticos e equipamentos de construção civil. Outras grandes preocupações são recipientes deixados nas calçadas para animais de rua sem os devidos cuidados, como a limpeza e a troca frequente de água e também pessoas que trabalham com reciclagem e não dispõem de locais cobertos para depósito dos materiais.

 

MULTA

Mesmo com a atuação frequente da Vigilância Epidemiológica, a Prefeitura definiu medidas mais rígidas que serão tomadas a partir de agora. Trabalhadores do DSM e da chamada “frente de trabalho”, ação social em curso no município, irão atuar junto com a equipe de Controle de Vetores, nas visitas aos bairros, junto a ação nas casas, com a limpeza de ruas e terrenos.

O Setor de Tributação irá fiscalizar estabelecimentos comerciais que oferecem riscos que estarão sujeitos a interdição, em caso de irregularidade. Todos os prédios e terrenos públicos já estão sendo vistoriados e limpos.

Por lei, a população deve garantir acesso aos agentes de controle de vetores às residências. Nos locais onde forem encontrados água parada ou larvas o proprietário ou morador irá receber uma notificação e, em caso de reincidência, poderá também ser multado, de acordo com a Lei 2964/2011. A multa é de 5 Valores de Referência, que pode ultrapassar os R$ 600,00.

“Nossa prioridade é não perder vidas!”, enfatizou o prefeito durante a reunião. O prefeito também demonstrou preocupação com a situação financeira da Santa Casa que pode ser agravar em função do aumento dos atendimentos. Em 2015 foram gastos quase R$ 200 mil, valor este que poderia ter sido empregado na compra de equipamentos para o hospital, por exemplo.

 

PREVENÇÃO

As medidas de combate à dengue começam com trabalho preventivo e de orientação. Diariamente os Agentes de Controle de Vetores percorrem as residências da cidade, realizando o chamado bloqueio de criadouros, que é a busca de recipientes que possam acumular água com risco de proliferação do mosquito. A equipe também promove o chamado bloqueio mecânico e a nebulização nas áreas próximas onde foram confirmados os casos.

Os agentes estão uniformizados e identificados com crachás e a orientação é que a população facilite o acesso aos quintais de demais áreas externas. A equipe também busca por sintomas da doença nos moradores e os orientam a procurarem o serviço de saúde, em casos de suspeita.

 

SINTOMAS E FATALIDADE

Além de eliminar os prováveis focos de proliferação do mosquito, evitando deixar expostos materiais que possam acumular água parada, as pessoas devem ficar atentas aos sintomas da doença, como febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjoos, vômitos, entre outros. No caso da dengue hemorrágica, pode aparecer sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos e ainda tonturas por causa da queda na pressão arterial.

Se algum sintoma for identificado, a pessoa deve procurar por uma das Unidades Básicas de Saúde (Postinhos) ou a Santa Casa, que está montando uma sala exclusiva de atendimento, com a triagem de possíveis casos.

A dengue pode levar a morte pessoas com comorbidades (enfermidades que predispõem o paciente a desenvolver outras doenças).

 

A DOENÇA

A dengue é uma doença febril aguda causada por vírus, sendo um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. O seu principal vetor de transmissão é o mosquito Aedes aegypti.A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20 mil pessoas morrem anualmente em consequência da doença.

Existem quatro tipos de dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Embora pareça pouco agressiva, a doença pode evoluir para a forma hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva o risco de morte. Atualmente, a maior incidência no município é da DEN-2.